Não era TDAH: era a minha desconexão comigo mesmo
- Rafael

- 15 de dez.
- 7 min de leitura

A minha história com a Engenharia Interior teve início quando eu comecei a assistir aos vídeos do Sadhguru no YouTube, em 2019, e minha vida começou a mudar desde então. Eu intuitivamente e logicamente confiava nas palavras dele, porque tudo o que era falado conectava com algo para o qual eu buscava respostas, me mostrando um novo mundo de possibilidades.
Naquela época, eu estava estudando jornalismo na universidade, mas tinha dúvidas sobre o que eu deveria fazer com a minha vida depois que concluísse o curso. Essa era uma decisão muito importante para mim, porque eu não queria desperdiçar minha vida em algo que eu não gostava.
Eu me sentia sem rumo, ou pior, seguindo um caminho que não tinha sido escolhido por mim. Eu queria fazer algo que fosse relevante para o mundo, eu queria me sentir útil. Mas eu via que o caminho que eu estava seguindo era limitado e sem paixão.Assistir aos vídeos dele me inspirava a seguir meu próprio caminho e fazer o que eu realmente queria.
Então, em 2020, quando a pandemia chegou, me senti motivado a sair da universidade e começar algo que eu sentia como mais importante para a minha jornada. Comecei a trabalhar com vendas e a tentar desenvolver meu próprio negócio.

“O Guru aparecerá quando o discípulo estiver pronto”
A minha busca não parou quando minha vida começou a mudar, apenas cresceu. Trabalhar com vendas autônomas me colocou cara a cara com as minhas insuficiências e me fez questionar como eu poderia melhorar quem eu era. Era muito difícil lidar com a rejeição das vendas, sentar e focar nas ligações que eu precisava fazer. Isso estava criando um grande estresse psicológico.
Eu estava fracassando, mas pelo menos eu tinha a noção de que o problema estava em mim, então comecei a procurar uma solução para me organizar de uma forma que não houvesse estresse, para que eu pudesse atingir meus objetivos e me divertir no processo.
Eu queria desenvolver o foco que era necessário para conquistar o que eu queria. Quando eu comecei a procurar respostas e a me analisar, desconfiei que poderia ter Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), pois via a presença da maioria dos sintomas em mim.
Com essa suspeita, decidi ir ao psiquiatra para investigar se era uma questão válida. Ele tomou a decisão de abordar o caso com o que é chamado de “prova terapêutica”. Isso é: ele me daria a medicação que é prescrita para quem tem TDAH; se os sintomas fossem curados ou reduzidos, significaria que eu era um paciente.
Após um mês tomando Ritalina, só percebi os efeitos colaterais. Me sentia apático, e minha atenção e estresse não melhoraram nem um pouco. Eu continuava com os mesmos problemas. Contudo, tirar a desculpa de ter TDAH da mesa foi a minha sorte, porque eu não virei vítima de algo que eu não podia controlar.
O médico havia me dito que, como parte da prova terapêutica, se o remédio não funcionasse, de forma que os sintomas piorassem ou não houvesse nenhum efeito, nós teríamos que buscar outra razão para explicar os sintomas que eu estava sofrendo.
Com isso em mente, eu nem voltei para a segunda consulta. Se algo estava errado comigo, eu iria descobrir por conta própria. Mas eu intuitivamente sabia que não estava gerenciando meu sistema da forma mais propícia, então comecei a prestar atenção nisso.
Respiração, dieta, sono, sexo, trabalho… Com a nova perspectiva que eu estava desenvolvendo com a ajuda do Sadhguru, eu comecei a perceber que existia uma forma certa de fazer tudo isso. Uma forma que aumentava a possibilidade da minha vida, ao invés de limitá-la.

“A ordem correta é Ser, Fazer e Ter. Primeiro seja, depois faça e então terá”
Eu entendi que apenas poderia melhorar quem eu era se eu mudasse as coisas que estava fazendo e como eu as estava fazendo, porque tudo tinha impacto direto na minha mente e energias e, por consequência, em como eu lidava com as situações que a vida me apresentava.
Com esse propósito, comecei a ler vários livros de autoajuda que ensinavam a maneira mais fácil de fazer o que era o mais básico da sobrevivência, para que eu tivesse a energia necessária para focar em realmente viver.
Tudo o que eu lia estava fazendo sentido para explicar o que estava acontecendo comigo e expandindo meu entendimento de como eu deveria lidar com os aspectos que eu considerava básicos ou secundários na “corrida do sucesso”. Essa pesquisa durou entre 3 a 4 meses, com vários momentos de descoberta e autoentendimento. Então, eu comecei a desenvolver um regime.
Todos os aspectos da minha sobrevivência deveriam ser tratados de forma que desenvolvessem o equilíbrio e foco que eu buscava para atingir o “algo maior” que eu queria da vida.
Cada resposta que eu achava fazia parecer que ninguém nunca havia me dito que o que eu comia impactaria como eu pensava e como eu pensava impactava o que eu fazia; que ninguém nunca havia me dito que como eu dormia impactava meu nível de disciplina e meu nível de disciplina impactaria minha eficiência ao longo do dia, e assim por diante.
A verdade é que Sadhguru falava sobre tudo isso nos vídeos que eu assistia; eu é que não tinha dado ouvidos, porque a “corrida” me parecia mais importante e parecia ser desconectada desses aspectos.
Minha mente ocidental via Sadhguru apenas como um filósofo ou líder espiritual. Eu conseguia aceitar as coisas que ele falava apenas quando elas se encaixavam na minha cultura ou conhecimento adquirido previamente, mas quando ele falava algo como o que eu deveria comer ou quantas vezes por dia eu deveria tomar água, eu via como exagero ou diferença cultural.
Eu acreditava que a vida deveria ser “simples”, e simples, para mim, significava que a vida tinha que me dar o resultado certo para os meus investimentos errados. Eu não percebia que esse “simples” estava complicando a minha vida e tornando-a uma existência acidental. Eu não prestava atenção no que estava me influenciando, mas mesmo assim queria chegar a algum lugar. Não tinha como ter dado certo.

Mas algo engraçado aconteceu durante minha fase de pesquisa nos livros de autoajuda. Todos os livros que eu lia aproximavam ou faziam referência ao yoga, à meditação e ao conhecimento oriental.
Era fator em comum, e eu percebi que o que eu estava buscando não era complicado; era apenas uma verdade milenar que estava sendo vendida em mil módulos, cada um um livro mostrando uma pesquisa diferente que provava algo que já era conhecido pela ciência do yoga.
Tentar organizar a minha vida com autoajuda colocava bastante peso em como fazer tudo e cada coisa, e o que era complicado só mudava de nome. Gerenciar minha dieta, sono e respiração demandava tanto tempo que virava um trabalho à parte. Isso também não era eficiente, mas, pelo menos, eu comecei a ter a clareza necessária sobre onde eu precisava colocar minha atenção.
Até então, mesmo me aproximando da ciência do yoga e me tornando cada vez mais receptivo ao que Sadhguru tinha para oferecer, eu não sabia como ou com o que ele poderia me ajudar.
Não sabia da existência de nenhum programa ou conteúdo extra fora do YouTube. Não tinha conhecimento de nenhuma outra iniciativa que ele conduzia ou do aplicativo Sadhguru, mas já estava utilizando outros apps de meditação.
Em um belo dia, em meados de setembro de 2022, eu tive a sorte de assistir a uma conversa que ele teve com o Mike Tyson, onde ele introduzia algo chamado de Engenharia Interior. Naquele ponto, até as palavras que ele usou eram as mesmas que estavam correndo pela minha cabeça durante meu período de busca.
Isso instigou extremamente a minha curiosidade para saber o que era apresentado nesse programa, e eu senti que deveria buscar mais a respeito. Eu descobri que, além do programa, existia o livro Engenharia Interior. Decidi ler o livro primeiro para saber se faria sentido pagar pelo programa.

Lendo esse livro em uma semana, tudo fez mais sentido do que eu estava fazendo nos 4 meses anteriores, na fase de investigação e busca. Como se tudo o que eu havia lido e expandido fosse apenas uma preparação para me tornar receptivo o suficiente ao que leria em Engenharia Interior. Naquela altura, eu soube que não haveria mais volta.
As verdades que eu estava lendo eram irrefutáveis e me mostraram uma nova tecnologia que unificava todas as respostas que eu havia encontrado e as tornavam simples de encaixar na minha vida.Assim que terminei de ler o livro, me matriculei para o programa online.
Aquela semana, minha vida foi dividida em antes e depois. Ler o livro teve impacto, mas passar pelo programa online me pareceu que o mundo estava crescendo e ficando mais brilhante.
Na minha memória, ainda é a imagem que eu tenho: os dias pareciam suaves e brilhantes, como se eu houvesse entrado em um mundo novo, que não respeitava as mesmas leis da física. Certamente não tinha a mesma gravidade, porque tudo ficou mais leve.

A primeira mudança foi notada imediatamente. Eu estava conseguindo sentar e focar nas sessões por uma hora e meia ou mais, algo que antes me limitava a aprender qualquer coisa, especialmente online. Eu não sabia a dimensão do que estava recebendo, mas eu estava completamente entregue ao processo.
As práticas não me pareciam com o que eu imaginaria se pensasse na palavra “yoga”. Não pareciam com os alongamentos performáticos que eu via no Instagram; pareciam simples e precisas. As meditações não me pareciam com as meditações de mindfulness que eu já havia praticado em outros aplicativos. Havia algo concreto e milenar por trás dessa prática, uma solidez sutil, mas bem presente.
A segunda mudança também foi significativa. Após a culminação do programa, no fim de semana em que recebi a prática do Shambhavi Mahamudra Kriya, eu deveria praticar duas vezes por dia durante quarenta dias e, depois disso, pelo menos uma vez por dia durante seis meses.
Eu nunca tinha mostrado disciplina suficiente para manter algo diariamente por 40 dias, muito menos por 6 meses. Mas, mesmo a época não sendo a mais favorável para começar esse compromisso — pois estávamos perto do Natal e do Ano-Novo, com a casa cheia e muita comida boa disponível o tempo inteiro —, eu priorizei Shambhavi como se fosse uma questão de vida ou morte.
Ver essa disciplina em mim mesmo me deu um novo poder. Agora eu sabia que era capaz e poderia usá-la em outros projetos.

Eu posso tentar explicar como minha vida mudou desde aquela semana, mas eu não sei como explicar o que permitiu que tudo acontecesse. Desde aquela semana, no fim de 2022, eu vivi e aprendi mais do que havia vivido e aprendido a minha vida inteira.
Tudo se tornou uma aventura. Eu saí do Brasil em 2023, morei no Reino Unido por 2 anos, conheci outros países e várias pessoas, fiz vários amigos e me tornei exposto à vida de um modo que eu via apenas nos meus sonhos.
Com a Engenharia Interior, o que Sadhguru me deu potencializou minha vida, tornando simples o que era complicado. Fez a possibilidade da minha existência crescer de forma exponencial, tendo eficiência máxima com investimento mínimo, uma tecnologia que é fácil de carregar onde quer que eu vá e me permitindo um outro nível de atividade, com equilíbrio para manter tudo em harmonia. Por tudo isso, eu serei eternamente grato.




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